Como virei “mamãe”

O post de hoje não é para contar nada sobre a primeira gravidez e, sim, sobre a primeira filha.
Conheci o Daniel em março de 2007, logo nos primeiros 30 minutos de conversa ele já me mostrou uma foto da Maria Eduarda no celular, na ocasião com 2anos e meio. Fomos nos conhecer pessoalmente em janeiro de 2008, numa peça infantil no Sesc, ela já com 3 anos.
Fui apresentanda como Karina e assim ela sempre me chamou (eu não queria ser a “tia” dela e sim uma amiga). E foi exatamente isso que aconteceu, nos tornamos as melhores amigas.
Ela participou de todos os preparativos do casamento – a escolha do modelo do meu vestido, a compra do vestido da minha mãe, a confecção e entrega dos convites, tudo o que era possível, ela estava lá.
Os meus pais ela nem chamava de nada, pouco conversava com eles e muito de vez em quando, na hora do aperto, chamava minha mãe de “mãe da Karina”.
A Maria sempre foi muito criativa e adora os filmes da Barbie. Além de criativa, muito esperta na hora de resolver os conflitos da vida dela. Foi ai que lançaram o filme “Barbie e o Castelo de Diamantes” e ela resolveu tudo muito rápido com o filme: cada um passou a ser um personagem:
* Ela era a Liana (a personagem principal feita pela Barbie, lógico)
* Eu virei a Alexa (a melhor amiga)
* Minha mãe a Melody (a outra amiga)
* Meu pai o Ian (um dos príncipes)
* Daniel o Jeremy (outro príncipe)
* Evandro o Dragão (digamos que nesse caso é um amor recolhido)
* e nossa casa é o Castelo.
Pronto… assim seguiu durante muito tempo. Até hoje meus pais são o Ian e a Melody, até o Daniel e eu o chamamos assim.
Com essa história a música das “melhores amigas” virou nossa música e cantamos muito juntas. Segue o clipe… (a história continua abaixo).

Durante muito tempo fui a Alexa, até um dia que estávamos só as duas em casa e aconteceu o seguinte diálogo:
– “Alexa, vou brincar lá fora”
Fiquei na cozinha e uns minutos depois ela voltou:
– “Alexa, posso fazer de conta que o Gabriel da minha escola tá brincando comigo?”
– “sim, claro que pode”
(…)
– “Alexa… posso fazer de conta que o Gabriel é meu irmão?”
– “sim Liana, pode”
(…)
– “Alexa, você pode brincar com a gente?”
– “sim, o que vocês querem que eu faça?”
– “você pode ser nossa mamãe?”
– “posso”
e de lá ela gritava “mamãããeee, o Gabriel tá fazendo bagunça”
e eu: “Gabriel, vou aí colocar você de castigo”
“mamãaaaae, o Gabriel me bateu”
“Gabriel, deixa sua irmã quieta”…
A brincadeira durou uma tarde, o Gabriel passou a ser o irmão imaginário e fazer parte da rotina durante uns meses e depois foi esquecido e eu virei mamãe pra sempre, nunca mais fui Alexa, e nem Karina.
Só que quando ela fala “a minha mãe”, tá falando da mãe dela mesmo, e ela tem pleno entendimento do que significam cada uma das pessoas que fazem parte dessa vidinha já tão complicada pra gente que ela simplifica e dá exemplo pros adultos todos os dias.
Foi assim que, antes mesmo da primeira gravidez, fui mamãe.


Fotos: Daniel Castilho, o papai 🙂

5 Comentários (+adicionar seu?)

  1. Érika Celeste
    out 14, 2010 @ 15:33:06

    Ká,
    a história de vocês é muuuito linda!!!
    Parabéns, querida!!!
    Que Deus os abençoe sempre e sempre!!
    beijo!

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  2. Vida de Esposa
    out 21, 2010 @ 15:42:00

    Oi Ká,

    Eu sou mãe postiça, a Nicole diz que eu sou a 2 mãe dela, e o padrasto o 2 pai. Eu acho o máximo…ela me chama de Van e somos bem amigas, a relação é muito boa. Mas na hora que alguém pergunta se eu sou a mãe dela, ela responde: Nãooooo, ela é minha madrasta boa! rs

    A primeira vez fiquei meio chateada, pq ela disse num tom meio “de saco cheio” pq todo mundo pergunta isso pra ela, quando não conhece a nossa relação…mas td bem, já passou e eu me acostumei, rs.

    Linda essa relação sua com a Maria =)

    Bjos e prazer te conhecer virtualmente, agora em foto, rsrs.

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  3. monica
    jan 10, 2012 @ 00:25:55

    Conheci a Maria na barriga da mãe biológica e desde que ela nasceu ficava me perguntando o que a vida reservava para ela.
    Uma criança linda que, descobrimos desde cedo, ser muito esperta e inteligentissíma. Resolveu “sozinha” algumas complicações (para nós é claro) da vida de maneira corajosa e autêntica e ganhou de Deus uma segunda mãe, que é uma das mais belas influencias que ela poderia ter.
    Parabéns as duas por esse belo encontro e obrigada a Deus por proporcioná-lo e possibilitar-nos o testemunho desse amor incondicional… Adoro vcs…

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  4. maria percilia
    jan 10, 2012 @ 11:47:21

    Que história linda Karina,parece mesmo conto de fadas,é muito difícil a filha tanto só do pai quanto só da mãe aceitarem o parceiro,você é uma pessoa toda carinhosa,carismática e criança percebe em quem pode confiar…
    Parabéns pela família,pela história,e principalmente por dividir conosco esses momentos tão íntimos de sua vida..bjssss………..

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  5. Lúcia Furlanetto
    jan 10, 2012 @ 23:46:34

    Emocionante sua história com a Maria… ela tem muita sorte em ter uma mamãe como voce! E o Daniel…. deve te amar em dobro por isso!bjs

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